sexta-feira, 17 de maio de 2013

Saiba o porquê 17 de maio ser Dia Internacional contra a Homofobia

dia internacional contra homofobiaNo dia  17 de  maio de  1990,  a Assembléia Geral  da organização Mundial de Saúde, órgão da ONU, retirou a homossexualidade de sua lista de distúrbios mentais, tentando liquidar mais de um século do que chamou “homofobia médica”. Informa fonte do governo estadual: "Os boletins de ocorrência das delegacias do Estado do Rio de Janeiro contarão com a opção "homofobia" entre as possíveis motivações para um crime”. A classificação desse tipo de violência pela polícia é fato inédito no Brasil.

Discriminar gays, lésbicas e transgêneros e matá-los com o aval da lei ainda é fato considerado normal em muitos países membros das Nações Unidas, se bem que  organizações encarregadas de cuidar dos direitos do homem – como o  próprio Comitê dos Direitos do Homem e a Anistia Internacional – condenem repetidamente a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.

Enquanto gente morre de fome e inanição e  guerras absurdas continuam acontecendo, cerca de oitenta países no mundo ainda aprisionam  pessoas cujo grande delito é que sentem atração pelo mesmo sexo. Nove deles punem com a morte este “tremendo pecado”: Afeganistão, Arábia Saudita,Emirados Árabes Unidos,Iran, Mauritânia, Nigéria, Paquistão, Sudão e o Yemen.

Em  2005, a  ILGA - sigla da Associação Internacional de Gays e Lésbicas -  entidade  que combate a discriminação e luta pela igualdade de direitos para a comunidade LGBT há 30 anos, liderou um movimento para criar um dia no calendário em que  fosse  exibido, com prioridade, esse comportamento abjeto e absurdo. Assim foi criado o  IDAHO - Dia Internacional contra a Homofobia, celebrado por mais de 40 países.

A importância da presença midiática é tamanha que mesmo no Irã, onde gays são enforcados com a presença obrigatória dos pais (se não comparecerem, também serão enforcados) a brutalidade governamental passou a ser discutida em blogs, sites e emails.

Em 1785, Jeremy Bentham, que hoje poderia ser descrito como um sociólogo, escreveu o primeiro documento  pró direitos dos gays conhecido ao pedir uma reforma de lei na Inglaterra, onde  eram sumariamente enforcados. Temendo represálias,  seu trabalho pioneiro foi escondido até 1978. Correntes emergentes do humanismo secular – que se opunham  a Humanismo religioso - imaginaram que  as idéias de  Bentham influeinciaram  a Revolução Francesa. E, quando a nova Assembléia Nacional começou a esboçar as políticas e as leis da república nova em 1790, grupos de militantes, em Paris, pediram e conseguiram que a liberdade, igualdade e fraternidade fossem estendidas também aos que amavam diferente. Assim, em 1791, a França tornou-se a primeira nação a não criminalizar a homossexualidade.

Ulrichs
Em cada um de nós que luta pela liberdade de expressão - inclusive e principalmente sexual -, brilha um pouco da  chama que alimentou a vida e os ideais de Karl Heinrich Ulrichs (1825-1895), advogado alemão, ativista da causa e teórico da homossexualidade que é considerado o primeiro militante assumidamente gay. Em 1862, 105 anos antes dos enfrentamentos de Stonewall (1969) que deram origem aos movimentos pelos direitos dos homossexuais nos Estados Unidos, Ulrichs revelou aos familiares sua opção sexual e foi compreendido, fato raríssimo ainda hoje.

Um pensamento de ternura
- Para Harvey Milk, primeiro político assumidamente gay, vítima de crime de ódio

- Mais uma vez e sempre pelos gays enforcados no Irã, pelos mortos por skinheads ou mortos por gays enrustidos assassinos

- Para Judy Shepard, mãe de coragem que tenta superar com ativismo pela causa da não homofobia, o desespero de ter perdido o filho Matthew Sheppard de forma brutal

- Por cada um que já foi vítima de chacota, deboche e escárnio na vida social (eu, inclusive!!!), escolar ou profissional e pelas  famílias que apóiam e  compreendem seus meninos e meninas gays, sendo elas  mesmas muitas vezes repelidas e discriminadas, em geral pelos parentes mais próximos

- Por quem precisa viver "na clandestinidade" mesmo sem desejar e apela para casamentos de mentirinha

- Para os excomungados da Igreja Católica Romana e pelos excluídos nas  religiões fundamentalistas

- Para as mães que  que tentam militar em favor  da não homofobia- com boa vontade, é certo - mas não conseguem reinventar a maternidade pois, elas mesmas, são as primeiras a discriminar e não ousam reconhecer isso

- Para travestis e transexuais - que me inspiram especial carinho e que são, às vezes, discriminadas pela própria comunidade LGBT

fonte: MixBrasil

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